Arquivo pretensiosinho
quarta-feira, 9 de março de 2011
Venezia, troia que amo!
Ciao, Venezia! Até que enfim! Paulo, prazer! Esperei seu carnaval, por quanto tempo não sei... Talvez por vinte e quatro carnavais que não contei nos dedos. Até porque faltariam dedos nas mãos e nos pés. Oi, Venezia! Você é mesmo linda! Linda que transborda aos olhos. Quase choro. Quero um barco pra sobreviver aqui por um dia. Talvez o último de meus dias e dos seus. E olha que nem se nota a idade, hein?! Quanto tempo?! Nossa! Sabe, sinto que seus vasos esvaziam-se de memórias. Venezia, bella! Sei la puttana degli stranieri! Você, assim, imersa no seu mar de efemeridades, se vendeu às línguas que não fala. E só se fala de você, bella! A mais comentada nas janelas das marocas. Estende teus varais como quem vive de si mesma. Venezia, quanto custa? Troppo. E quanto você ganha? Ormai niente. Ma vafancullo! Che sei rica come una troia! Venezia, sei bella como um papai-e-mamãe de quinze minutos. Muito bem feito, mas insatisfeito. Como se faz pra ter Venezia no peito? Talvez lhe trago meu amor, apresento-lhes uma a outra: Troia, questa è la mia ragazza... Amor, é esta Venezia. Se a ela você agradar, calo-me e lhe meto no meio do meu coração, onde todos dizem que é seu lugar. Venezia, singolare bellezza, sei posto do mundo. Sei il mondo nos teus seios lacrimejantes, donde puzza la merda e se bebe o sal adriático. Venezia, devi morrire de tristeza. Nessa solidão que só cabe às meretrizes, cuja boca enche d'água por um trocado de euro. O que mais me dói é que não sei venuta a me, io ho dovuto andare a você. E agora, hein? Como fazemos para nos separar? Troia! Sputo e piscio nelle tue vene. Sono parte de você. Ed a te deverei retornar com minha bella che non c'entra niente com esta tua meretrícia vida naufragada.
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