Arquivo pretensiosinho

domingo, 5 de dezembro de 2010

Tradução - Francesco Petrarca

Sonetto II

Per fare una leggiadra sua vendetta
e punire in un dì ben mille offese,
celatamente Amor l’arco riprese,
come uom ch’a nocer luogo e tempo aspetta.

Era la mia virtute al cor ristretta
per far ivi e ne gli occhi sue difese,
quando 'l colpo mortal là giù discese
ove solea spuntarsi ogni saetta.

Però turbata nel premiero assalto,
non ebbe tanto nè vigor nè spazio
che potesse al bisogno prender l’arme,

o vero al poggio faticoso ed alto
ritrarmi accortamente da lo strazio,
del quale oggi vorrebbe, e non può aitarme.

(Francesco Petrarca - Il Canzoniere)

____________________________________________

Soneto II

Pra fazer elegante sua vingança,
e ofensas, puni-las bem mil num dia,
o arco escondido Amor assim trazia,
qual homem que à espreita espera e não cansa.

Tinha a virtude em meu peito pujança,
e meu olhar dela feito moradia,
quando o golpe mortal de cima caia,
donde toda flecha desponta e alcança.

E surpreendida no primeiro assalto,
não teve mais nem vigor nem espaço
que ao querer escasso pudesse se armar,

ou sequer ao cume fastidioso e alto
recolher-me prudente do estilhaço
contra o qual não pode e não vem me ajudar.

(Tradução para o Português: Paulo Chagas Dalcheco // Para Giovana Luz)

Nenhum comentário:

Postar um comentário