emperro
engasgado
lata velha escangalhada
sem tração
nas duas patas
nem carteira renovada
maquinário atrofiado
no acento de trapos
conforme a alternância
dos pés esquecidos
e das sirenes em retardo
os trejeitos antiquados
à mão direita
passam marchas
copiosas no fracasso
e na vaia das buzinas
gira a chave
mas nada
outra vez e se afoga na marginal alagada
o triângulo de segurança
em nome do pai e do filho
pede ao santo piscalerta
um palavrão
que o perdoe
desta neblina de fumaça
e que faça esta merda
pegar no tranco
nem que seja guinchando
em uma corda amarrada ao cunhado taxista
que cobra a corrida
em bandeira um no seu dia de folga
por respeito aos parentes da família
ou empurrando
a cadeira de rodas
com balisas de frentista
até a curva cega
da ladeira que desaba
sobre o teto acamado
da casa de repouso
especializada em velhas brasílias
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