Arquivo pretensiosinho

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Dez dias

Dez dias sem sossego
de poesia e ansiedade
Mais tempo que o Pintor
gastou no azul e vermelho
do fim da tarde

A goela seca de nenhuma gota
e a boca livre de nenhum trago
As mãos ruidosas de nenhuma nota
bastante boa prum gole do teu afago

Em teus olhos nunca vi
nunca olhei um dizer não
Mas tua voz é decidida
e me obriga à solidão

Não esperes que eu me cale
são dez dias de Paixão
mais que o filho do Carpinteiro
eu vou sofrendo sem tua mão

A resposta quem dá é o tempo
e ele é lento como quer
mas se a Mãe estava certa
eu só preciso de amor e fé

Esperança eu vou plantando
nos terrenos de concreto
esperando a hora de colher
uma colher do teu afeto

Não faça pouco caso
das palavras que escrevo
Não estou poupando bala
contra o próprio peito

Dez dias sem descanso
de engenho e verdade
Mais tempo que parece
quando mareja o olho manso
ressecado de saudade

A boca seca de nenhuma boca
e o corpo livre de nenhum abraço
As mãos ruidosas de nenhuma nota
bastante boa pra tocar esse descaso

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