Não pensa no caminho por onde seguirão tuas palavras, será ele o caminho do vento. Despedaça tuas palavras como a um dente-de-leão. Fala com os campos, secreta aos tubérculos, aconselha todas as folhas enquanto alisa as pontas do capim. Despeja o esterco pela manhã, com capricho e versos. Não te esqueça das flores. Canta para as flores.
Faça uma pausa no inverno, beba água, aproveita a primavera para os elogios e grita até o outono suspirar exausto pelo chão. Ensandeça no verão.
Só onde brotam raízes adormecidas, onde o húmus revolve a terra, somente nesta lama surda tuas palavras terão serventia. Mas se preferires, escreva um epitáfio, enterra-o e ponha-te novamente a pensar.
ensandecer no verão não é tarefa difícil.
ResponderExcluirescrever um epitáfio, enterrá-lo e voltar a pensar é uma boa opção.
ótimo o seu escrito!
Gostei da "bodega" toda...
ResponderExcluir