Arquivo pretensiosinho

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O que não voltou

o descanso é preterido
e o desfecho se deixa
para um pouco
do acaso

e outro tanto
pra depois,
como é do desmando

uma coisa e outra
e outra ainda
e um violão
na esquina

uma moeda
que Deus lhe pague,
e se o resto da festa
ficar no latão,

que lhe conceda gratidão
e lhe proteja também,
mas não é bem uma reza

entre pés muletantes
alucinados até o inferno
chutando o capeta
chupando na veia
a cerveja
e beijando o ardor
de um trago

uma última vinda
e sei lá
que tão últimos
podem ser os escombros

e o resto daquele
que fugiu da coberta
de quem viesse
meio trôpego
pela calçada

a lentidão
que sustenta
as folhas antes mesmo
de primavera

virão,
por que não,
entre a noite
as floras

e soberba sonolência

Um comentário:

  1. Aquele animal sempre consegue, uh?

    Poemas longos e com tema etilico... Conheço bem isso.

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