Arquivo pretensiosinho

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sem tíulo II do dia de hoje

abaixo
e me sento
porque daqui dá pra ver
de várias cores o sol

persigo a grama
me dá conforto
raízes feitas
outro verão
que virá

pendem as nuvens
em pinceladas
carregadas

da serra à direita
despenca o céu
só podia

negro contorno
do anil que se avermelha
de fogo

e queima o mar

reflete-se em cores
que não deveria
ousar
rubi amarelo
laranja e si

olha lá

Um comentário:

  1. Você tem um cacoete de dicção: começa em um registro e termina necessariamente no outro, como se fosse errado não ser coloquial e prosaico. Não se reprima, PP!

    E como prova de que gostei bastante desse poema seu, transcrevo um Gullar que ando lendo e que às vezes me faz lembrar você, lá vai:

    6 [do poema Nasce o poeta]

    a manhã apaga
    as perguntas da noite

    as coisas são claras
    as coisas são sólidas

    o mundo se explica
    só por existir

    a memória dorme

    o presente ri

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