por só te querer bem
corro ainda mais risco
se a mão se esvai
nessas vias de mãos duplas
como silvos de areia,
o peito em despeito
retumba feito o tombo
de um cisco tímido
na marola
olho adiante, a serra
me encerra em mim
e se vou pro verso
de meu querer o rastro
vermelho dos faróis
bem poderia ser gotas
de meu exagero
mas meus óculos embaçam
mesmo é de chuva
e se ajeito o acento
as encostas rangem
e me tomam num rugido raro
como se uma luz rajasse
em meu ouvido
o eco soa infinito
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