escondido no despenhadeiro
um capitão de bravatas
gondoleia sobre o manche
– tocaia pro inimigo!
como se o convés
estivesse lotado de um a tudo
de mercês bestas e gentes
e canhões de pele
- camaleônica tripulação devoradora
de sol, sacai! - à sombra tática das encostas
- trunfo maior está em nossas derrotas!
ainda que as armas se impusessem ávidas
por sanguinolência,
convalesciam
bem como é costume de manche
desmanchar-se, engancha-se
esvaído um capitão, sem mãos
nem farda, escorre
também um braço
pedaço de baço
a nau naufraga
feito aquilo
de que é feita
- às ordens, Senhor!
infortunado marujo
leva culpa da feita
na cera bolente do revés,
o signo tatuado:
delator
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